Quem cala sobre teu corpo consente
Mário Magalhães
( Para seguir o blog no Twitter: @mariomagalhaes_ )
Primeiro mataram um índio. Poucos ligaram, e dias depois tiraram a vida de outro.
Em São Paulo, os corpos estão vivos, mas sangram. No olho, atingido por bala disparada por policial. Ou no corpo surrado por quase uma dezenas de PMs.
Muita gente, que até anteontem se erguia contra as covardias, agora cala.
Em nome de quê?
“Quem cala sobre teu nome consente”, cantou Milton Nascimento, em sua composição com letra de Ronaldo Bastos.
“Quem cala sobre teu corpo consente na tua morte.”
“Quem cala morre contigo.”
“Quem grita vive contigo.”
É legítimo tanto defender o passe livre quanto a passagem de ônibus a R$ 100,00.
Mas depois da barbárie dos policiais baderneiros ontem à noite é preciso cancelar o aumento das passagens de ônibus _no Rio, também. Antes que sobrevenha uma tragédia.
A PM paulista “é” do governador. O aumento “é” do prefeito.
A bola está com eles.